Somente peço a Deus, que a guerra não me seja
indiferente. È um monstro grande que pisa forte.
:,” Tudo o
que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a
lei e os profetas”
No momento que escrevo estes pensamentos, está
ocorrendo o debate de que se os Estados Unidos invadem ou não a Síria, depois
do ataque genocida do ditador daquele país, onde morreram 1400 pessoas, entre
elas crianças. Os vídeos que aparecem na TV são de cenas dantescas que indigna
qualquer pessoa com um mínimo de consciência humana. Estive em Managua durante
o conflito que culminou com a revolução sandinista de 1979, quando houve uma
verdadeira guerra civil similar, devido suas proporções, a que está acontecendo
na Síria. Por um lado, o exército fortemente armado da ditadura Somocista e do
outro os opositores, que éramos a maioria do povo, MAL armado e em pé de luta
(os que estavam BEM armados era a chamada “Vanguarda do Povo, O FSLN”) e no
meio a população civil indefensa e desarmada.
O ditador Somoza, igual ao atual Assad, desesperado
por acabar com a oposição armada que se misturava com a população civil (não
sei se para serem usados como escudos humanos ou não), mandava lançar, dos
aviões, bombas indiscriminadamente para, supostamente, matar os insurgentes,
mas na realidade os que morriam eram em sua maioria pessoas que não estavam
envolvidas no conflito, ou seja a população civil!
Lembro-me perfeitamente que escutávamos as notícias
que nos chegavam na rádio clandestina dos rebeldes, e desejávamos de coração e
alma uma rápida intervenção dos Estados Unidos ou de quem quer que fosse, para
acabar com a chacina. Hospitais eram improvisados e se atendia precariamente
aos feridos que acabavam morrendo, em sua maioria, por falta da atenção
adequada. Os bombardeios eram terríveis a ponto que se criou, até agora, um
ódio fatal contra os aviadores ou tripulantes da Força Aérea Nacional, do
ditador, aos que chamávamos de genocidas, os quais eram os responsáveis por
lançar os seus mortíferos artefatos desde o alto, não se importando se lá
embaixo tinham civis indefesos ou não. Além das perdas humanas, as materiais também
foram muitas. Quarteirões inteiros com casas foram arrasados com os bombardeios.
Escrevo
isto, como alguém que já viveu “algo parecido”, em suas devidas proporções,
pois as bombas daquela época eram os chamados “rockets” que hoje estão
obsoletos. Estas nem tem comparação com as bombas, com maior poder de
destruição e morte que são usadas contra a população civil da Síria. E o que
dizer sobre as armas químicas? È um milhão de vezes pior!