“Jornalismo é publicar algo que alguém não quer que se publique. Todo o
resto é publicidade! (George Orwell)
A imprensa seja ela falada, escrita ou televisiva, tem o dever não somente
de informar mas também de investigar e
divulgar fatos que ajudem a combater a corrupção, o abuso de poder, as
violações dos direitos humanos e também divulgar informações que possam colocar
em risco a população e a saúde pública. A imprensa livre é fundamental para o
funcionamento da democracia e desempenha um papel social de altíssima
responsabilidade que deve ser exercido
com absoluta transparência, objetividade, isenção e coragem, sob pena de ameaça
à democracia e aos direitos de cidadãos ,independentemente de etnia, origem,
credo, grau de instrução, posições político-ideológicas ou de estrato social a
que pertençam.
É de se esperar, portanto que a imprensa falada ou escrita compreenda
seu papel social e aceite submeter-se a uma única e plausível exigência:
OBJETIVIDADE. Ao decidir tender para algum lado sem dar ao que pensa diferente
a mesma oportunidade que a sua de se manifestar, a imprensa rouba o direito da
sociedade de decidir com base em análise equilibrada, que para sê-la precisa de
informações verídicas que lhe deem acesso a ambos os lados de todas as questões
–
Ela tem o dever de fiscalizar e apurar fatos que são denunciados e que
causem ou venham a causar prejuízos a terceiros.
Não há como conceber democracia sem uma imprensa livre e destemida. A
imprensa é um dos canais por meio dos quais a sociedade civil se manifesta,
emite opiniões, troca informações, vigia, denuncia e cobra dos três poderes clássicos
-Executivo, Legislativo e Judiciário- e dos órgãos fiscalizadores do poder
público-e nisso se inclui o M.P e as policias, o perfeito funcionamento daquilo que
entendemos como democracia e Estado Democrático de Direito.
Quando ela se cala ou omite, por quaisquer razões sejam elas: medo,
interesses políticos, bairrismo, preconceitos de qualquer espécie e dinheiro,
deixa de ser imprensa e passa a ser um meio de manipulação de poderosos e influentes
em detrimento dos mais humildes e
ignorantes, dos que não tem voz, dos excluídos, dos que não tem o poder, seja político,
publico ou financeiro. Ao longo da minha vida tenho visto Jornalistas que por
denunciarem a verdade foram vítimas de atropelos, cárceres, agressões e morte como
também ao contrário tenho conhecido jornalistas covardes e omissos que por medo
de retaliações ficam omissos e calados com temor a represálias. Na minha terra de origem o assassinato por parte da ditadura Somocista do Jornalista e Mártir Pedro Joaquim Chamorro Cardenal, foi o estopim para a guerra revolucionaria que viria a derrocar a própria no que ficou conhecido como a Revolução Sandinista. Hoje o novo governo esquerdista e também autoritário continua perseguindo jornalistas e fechando programas e rádios contrários a linha do governo.
Recentemente surgiu um fato que foi gravado em um vídeo e saiu nas
mídias sociais de Itabuna, em que envolve um Médico, político, empresário e 6
vítimas por erro médico deste elemento. Foi procurada uma radio local que
supostamente não tem nenhuma influencia política para denunciar o fato. O gerente
da mesma se negou a fazer pública a denuncia se dizendo temeroso de ser
processado pelo poderoso. As vítimas, já fizeram a devida denuncia no
Ministério Público mas mesmo assim, o Diretor da mídia se negou a noticiar o
fato, mesmo sendo enviado um repórter da mesma radio para entrevistar as mesmas.
Acontece que na semana seguinte, exatamente no dia 1º de Abril, no programa Resenha da Cidade desta
radio , o denunciado teve o direito a se defender das acusações e inclusive a ameaçar de processar as vítimas
que o tinham denunciado.
Agora fica a questão. Uma imprensa que é parcial e tende do lado mais
forte da balança pode ser considerada uma imprensa a serviço da sociedade, da
Justiça, da Democracia e dos Direitos dos cidadãos. Com a resposta o cidadão!
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