Estava tudo belo e tranquilo na pequena cidade do interior do sul do Brasil. A prefeitura enfeitara as ruas com lâmpadas coloridas em alusão ao Natal que se aproximava. Flores de diversas espécies e cores foram plantadas no coração da praça onde se repintaram os bancos que serviam de descanso para os caminhantes, recanto para namorados e Esteio para mendigos. A pequena praça possuía como monumento um soldado carregando um fuzil, erguido em homenagem aos expedicionários que o Brasil enviara para lutar na Itália durante a Segunda Guerra Mundial, e que em vigília permanente, olhava fixo para a rua que dava acesso ao único meio de transporte que chegava na cidade: O trem Zé fumaça.
Num dos bancos da praça, José estava sentado, ruminando em pensamentos sobre as duras provações-(ou seriam expiações?) que enfrentara ao longo do ano que terminava. Tinha tentado de tudo para resolver seus sofrimentos: padres, pastores, pai de santo, seitas e religiões das mais variadas, centros espíritas, casas de Candomblé, Umbanda e de todas as bandas de anjos e demônios que existiam na região. Tudo em vão!
Olhando para a estátua, sentiu-se também petrificado na sua
vontade de resolver as coisas que o atormentavam. Comparou o peso da mochila do
soldado com o peso da sua já quase insustentável cruz que vinha carregando há
algum tempo. Achava-se no fundo do poço, deprimido, sem emprego , sem esperança
e sem família,. O ultimo parente que tinha ainda viva na terra era sua mãe, ela
teria desencarnado durante a ultima pandemia que assolou o mundo .
Somente não se suicidara por que sabia pela literatura Espírita que o suicídio
além de nada resolver, faria com que o sofrimento aumentasse ainda mais depois
da morte no vale dos suicidas, e ainda teria um pesado carma a pagar na próxima reencarnação , caso tomasse a fatal decisão.
Encontrava-se no auge do seu devaneio quando, sentou-se ao
seu lado, um idoso maltrapilho que parecia um mendigo, que começou a olhá-lo
insistentemente. José, percebendo que estava sendo observado, virou-se para
evitar o olhar obstinado de tão estranho personagem. Este, suspeitando da iminente
fuga daquele, foi direto ao assunto:- “ Eu sei onde podes encontrar a respostas
paras tuas duvidas e achar uma solução aos teus problemas”_ Uma onda de
calafrio percorreu a espinha de José
indo parar no couro cabeludo lhe
arrepiando os poucos cabelos que ainda lhe restavam. Olhando desconfiado para o
velho, o reconheceu como sendo o que comentavam seria o feiticeiro louco que
morava na praça. Respondeu-lhe rispidamente : _” E quem disse ao senhor que estou com com
problemas? E ademais, quem não os tem? O
velho sem lhe tirar o olhar profundo, respondeu: -Sei que a maioria das pessoas,
para não dizer todas, os tem, afinal de contas os sofrimentos fazem parte deste
mundo. Porém, posso observar que elas estão causando graves prejuízos a tua
saúde psíquica e física-. E como o senhor sabe? perguntou José, em tom grosseiro. - Mergulhando no interior do teu corpo através das tuas pupilas. É o que modernamente chamam de “Iridologia” respondeu
lhe o velho. Mas deixa isso prá lá! . Tem
alguém que pode te ajudar. Gostaria de o
conhecer? . José não sabia mais o que pensar. Seria o velho realmente
louco como comentavam? ou seria realmente um bruxo, como outros sustentavam.
Finalmente após refletir, decidiu seguir uma voz vinda não sabia de onde, que
lhe dizia - “Vá em frente! ao final de contas... não tens mais nada á perder!.
-Está bem, seu... como é seu nome mesmo? “Noelio. Podes me chamar assim” respondeu o velho. _ Está bem seu.. Noelio onde haverei de achar esse alguém que irá me ajudar? Perguntou José ainda em tom um pouco ríspido - No Morro do Chapéu-! Respondeu-lhe. José deu uma risada sarcástica ao mesmo tempo em que pensava :“ “só essa me faltava”!. O que estou fazendo aqui falando com um velho maluco e ainda marcando encontro no Morro do Chapéu” -O velho continuou: - Se decidires ir em frente e acreditar, espero-te na ladeira do morro as sete horas da noite ”. Tchau! Noelio levantou-se do banco e sumiu assim tão rápido como apareceu.
O “Morro do Chapéu”, é uma imponente montanha que se ergue
num vale na divisa com o município vizinho. Tinha a forma de um chapéu coco,
daí o seu nome. Misteriosas luzes eram vistas em noites de lua cheia tanto no
interior da montanha como algumas vindas do céu. Corriam boatos que o lugar
servia de pouso para naves intergalácticas assim como ponto onde bruxas e bruxos se reuniam para realizarem
seus rituais, alguns para fazer o bem, outros o mal.
Seguindo a sua voz interior, as 18:30 , Jose estava sentado numa pedra ao lado da ladeira que dava acesso ao morro.; chegara alguns minutos antes pois o lugar era de difícil acesso e pegara o ultimo ônibus das 17 horas . O crepúsculo oferecia uma aquarela fenomenal, porém ele estava alheio para ver tamanha beleza .Estava mergulhado nos seus pensamentos que também lhe diziam que estava ultrapassando a linha divisória entre a sanidade mental e a loucura, sentado esperando por estranho personagem num lugar ermo, quando sentiu alguém bater lhe o ombro direito . Virou-se e lá estava Noelio, com um sorriso largo, mostrando os poucos dentes que ainda lhe restavam na boca. O relógio da igreja da cidade bateu 7 horas em ponto!
Começaram a subir o íngreme morro. A lua cheia que foi surgindo no horizonte, foi servindo de farol e durante o longo trajeto de varias horas, José foi conhecendo toda a riqueza em sabedoria espiritual que havia naquele personagem maltrapilho que recém conhecera. Falou-se sobre o Bem e o Mal, sobre a Vida e a Morte, Carma e Reencarnação, Destino e Livre Arbítrio, Justiça Divina e a Lei de causa e efeito, e como não poderia deixar de ser, sobre as causas e consequências da pandemia que castigara o planeta recentemente. Seria uma forma de punição da Justiça Divina, ou seria fruto do orgulho materialista da ciência humana? José já tinha passado por experiências de mortes coletivas de milhares de vidas causadas por um terremoto e uma guerra civil na sua terra natal . O primeiro causado pela natureza, e o outro causado pelos homens!
(*)Com que objetivo Deus atinge a humanidade
por meio de flagelos destruidores? -Perguntou José a Noelio -. Para fazê-la avançar mais depressa!
Respondeu de maneira enfática o velho. Complementando: - a destruição e necessária para a
regeneração moral dos espíritos que adquirem, a cada existência, um novo grau
de perfeição! José compreendeu que falava sobre a reencarnação, Lei Cósmica Divina que ele tinha lido faz muito tempo atrás. O velho continuou: - E preciso ver o fim para
lhe apreciar os resultados. Não os julgais se não pelo vosso próprio ponto de
vista pessoal, e os chamais de “flagelos” por causa do prejuízo que vos
ocasionam. Mas esses transtornos são frequentemente necessários para fazer
alcançar, mais prontamente, uma ordem melhor de coisas, e em alguns anos, o que
exigiram séculos”. (*) copiado do Livro dos Espíritos de Allan Kardeck Cap
6. Lei de Destruição.
Ao longo da subida e da conversa de aproximadamente três horas, José foi fazendo perguntas, agora sobre o propósito da vida e sua irmã paralela: a morte! De onde nós viemos? Com que propósito viemos ou estamos aqui? Para onde vamos depois? Soube que a vida nunca se perde, pois é uma energia indestrutível. Essa é a semelhança que temos com Deus- explicou-lhe Noelio , - ... e o que nos conhecemos e tememos tanto e que denominamos “morte, e nada mais que um estado de transição entre um “estado” da vida para outro, ou seja de um estado de vida corpóreo (material) para outro estado imaterial (espiritual). Fez uma analogia com a transformação do estado físico da agua, do liquido (corpóreo) ao gasoso (não corpóreo espiritual) provocado pelo fogo (a “morte”).
- Então a vida não se perde, só se transforma!- exclamou José. Exatamente! -replicou o agora amigo Noelio . Nada se perde no universo! Tudo se transforma! A partir desse momento José deixou de temer a morte e agora tinha uma profunda admiração e respeito por aquele personagem que ele, no seu preconceito, julgara ignorante pela sua aparência externa! Quanta sabedoria havia dentro dessa aparência simples e desleixada! Pensou!
O manto azul-escuro do céu já abrigava as pequenas e
cintilantes estrelas quando chegaram no topo da montanha onde tinha uma gruta
escavada nas rochas. Lá de cima, dava para olhar as luzes da cidade e as
pessoas percorrendo freneticamente as
ruas do comercio para tentar saciar os seus impulsos - agora coletivizados - de consumo.
- Bom, chegamos!_ falou Noelio. –“Deverás ficar aqui nesta gruta a noite toda em estado de meditação-. Enfiando a mão na sacola que trazia a tira colo, o velho pegou um pacote que estendeu pra Jose dizendo : “ Acende este incenso e esta vela e procura ficar olhando para ela o maior tempo que for possível . Amanhã as sete virei te procurar. – Entregou-lhe uma vela de 7 dias de cor violeta, uma caixa de incenso de sândalo e uma caixa de fósforo e despediu-se com um apertado e aconchegante abraço.
José procurou um lugar dentro da gruta onde se acomodar. O clima no alto
do morro estava bem agradável com uma suave e fresca brisa e a lua cheia
iluminando o ambiente como um imenso holofote. Pegou a vela e acendeu-a,
colocando-a bem na sua frente sobre uma pedra num lugar ao abrigo do vento,
sentou-se ajeitando as costas na parede de pedra dura, encolheu as pernas,
apoiou o queixo nos joelhos abraçando-os, e em posição quase fetal começou a sua
viagem interior, sempre olhando para chama da vela.
Foi pouco a pouco se desligando dos seus sentidos objetivos e do seu mundo exterior. Sua respiração foi se tornando lenta e profunda, fazendo com que mergulhasse no seu mundo interior que não conhecia. Minutos depois, começou a sentir uma onda de suave calor invadir-lhe o plexo cardíaco que foi subindo para a cabeça.
A medida que
a onda se espalhava suave e deliciosamente por todo seu corpo começou a
perceber os latidos do seu coração. Nunca tinha reparado nesse valioso órgão ao longo da sua vida. Foi quando aconteceu o forte zumbido a
penetrar-lhe seus ouvidos e logo após se viu flutuando fora do seu corpo. No
começo teve medo. Será que morri? –perguntou-se. Quando de repente se viu
transportado a milhares de quilômetros de distancias em frações de segundos
chegando a um lugar que parecia um templo da Grecia antiga, com enormes colunas
na entrada. Estava experimentando um desdobramento astral do seu corpo psíquico .
Na porta o aguardava um ancião de longa cabeleira e abundante barba brancos como o algodão. O seu olhar doce e profundo parecia atravessar-lhe a alma como uma espada afiada. Empunhava um cajado com um estranho símbolo na extremidade superior . Vestia um longo vestido branco envolto por resplandecente luz. A primeira palavra que lhe veio na cabeça foi Papai Noel, mais depois de refletir um pouco, percebeu que este era um ser diferente, quase um fantasma, pois parecia transparente. O Ser o recebeu com um caloroso abraço, e com um sorriso, convidou-o adentrar se dirigindo a um recinto de vários andares que continha uma imensa biblioteca. Após percorrerem por diversas estantes cheias de livros , se detiveram numa e onde tinham vários deles enfileirados, todos coberto com uma capa de couro com aparência de ser bem antigo; O SER assinalando os livros lhe dize com uma voz solene: ‘ -Aqui está a tua historia nas tuas diversas existências ao longo da vida eterna! Pegando o ultimo livro da fila com ambas mãos, entregou-lhe dizendo em tom solene : -Este é da tuas ultimas reencarnações , Não te é permitido saberes tudo sobre tuas outras vidas, somente estas ultimas te serão necessárias para te servir de referência na tua atual existência- . Boa viagem no conhecimento de ti mesmo” e desapareceu.
Jose achou uma
canto e começou a ler, não como aprendera
no curso de leitura dinâmica, se não que, por razoes inexplicáveis, conseguia
ler as linhas que precisava somente com olhar a página. Como estava numa
dimensão cósmica onde não existia tempo nem espaço, ele leu em frações de
segundos o que levaria semanas ou meses se tivesse lendo na condição
corpórea. Logo que começou a ler percebeu um detalhe: as letras todas estavam escritas numa tinta preta que ficava indelével mesmo com o passar do tempo.
Nos capítulos que
datavam antes da data de nascimento da sua existência atual- estavam
fatos marcantes que tinham acontecido que nunca teria imaginado ter feito; não
agora, com seus atuais valores morais!!. Cada fato trazia escrito no cabeçalho:
DIVIDA CÁRMICA e um número. Cada detalhe
estava ali registrado: pensamentos,
sentimentos, palavras, emoções, ações, omissões, vícios e virtudes praticados
ao longo de cada existência. Descobriu que fora negro escravo., mas também soube que numa existência anterior, fora
um orgulhoso e lascivo fazendeiro branco dono de escravos; assim como fora também
noutra um soberano guerreiro destemido com traços colérico sanguíneo . Noutra fora um Juiz orgulhoso e implacável. Em
todos os capítulos estavam os traços da dureza de sentimentos, a rebeldia do caráter , assim como os excessos dos prazeres da carne. Ficou surpreso ao
descobrir que fora um religioso que se deixou seduzir pela luxuria. Isso
explicava seu gosto pela religiosidade assim como sua fraqueza na carne.
Na medida que ia lendo, foi se dando conta que a maioria dos sofrimentos da vida atual eram proveniente das violações das Leis Divinas que tinha cometido em outras vidas. Com o Ego adormecido e relegado a segundo plano, a sua CONSCIENCIA ESPIRITUAL começava a se evidenciar . e agora com ela desperta e colocada em primeiro plano, se dava conta como tinha sido ignorante e pecara contra Deus e contra seu próximo por diversas vezes; umas de maneira intencional e outras não . O seu egoísmo inato e orgulho foram marcantes em quase todas as suas existências o que fez com que por diversas vezes abusasse do poder que detinha em varias encarnações! Se preocupara mais em satisfazer seus caprichos e desejos , mas em TER do que em SER. Lembrou-se da celebre frase do Shakespere que seu pai costumava repetir: “ SER OU NÃO SER! EIS A QUESTÃO!
Os escritos não tinham somente débitos cármicos mas também créditos dármicos !Soube que todos os atos e sentimentos de bondade, altruísmo e caridade que tinha praticado com o próximo foram também devidamente registrados e compensados de diversas formas ao longo da vida eterna .
Depois de ler os capítulos das suas existências pretéritas , foi a vez de ler o da sua vida atual. Acontecimentos que ainda lembrava estavam ali escritos, e outros tinha esquecido mas que estavam guardados no seu subconsciente.. Surpreendeu se ao perceber que na sua vida atual trazia traços de caráter ou sub personalidades das outras encarnações. Qualidades e defeitos de caráter apareciam na medida que avançava no seu inventario moral.
Agora compreendia o que significava a expressão “JUSTIÇA DIVINA”, e como tudo era produto do Amor imensurável de Deus! Não existia castigo para seus crimes do passado e sim oportunidade de reparação em cada existência. ou reencarnação Fez uma analogia como se agia na escola antigamente quando o aluno não passava numa disciplina teria que repetir de ano. Deus não mandava ao inferno sua criatura, a sua misericórdia infinita lhe dava uma segunda, terceira, infinitas chances através da reencarnação até aprender a respeitar Suas leis ! Oh bendita Lei da Reencarnação! Exclamou!!
Quando terminara de ler a última folha da sua atual existência, lembrou se da fórmula contável que aprendera no curso técnico em contabilidade que fizera quando jovem “todo debito corresponde a um credito e vice versa” . A conta não fechava! Tinha passado ate agora mais sofrimentos dos que devia nos débitos cármicos! Foi quando ouviu a voz grave e profunda vindo do SER que surgiu de repente dizendo : - O que não são débitos ou expiações são provações para o teu adiantamento espiritual que tu mesmo pedistes antes de encarnar”. Jose levou um susto que o fez pular do chão.
A partir desse momento, fora lhe dado a conhecer algumas respostas de todas as suas dúvidas existências . Os momentos cruciais de dor e sofrimento de suas vidas, -as que eram necessárias para seu adiantamento espiritual- foram lhe apresentada em sucessivos flashes em forma de slides em questões de segundos. Deu-se conta que existia dentro dele um Ser originalmente puro e divino, que o vinha acompanhando desde que Deus o criara. Ele, o SER, estava sempre advertindo sobre os seus “descaminhos”, ao longo das suas vidas. Quanta dor e lágrimas teria evitado se tivesse ouvido essa voz que esse SER que habitava no fundo da sua consciência lhe ditava diariamente, de ano em ano e de reencarnação em reencarnação.
O Ser, lendo seus pensamentos continuou : “Deus não força ninguém a seguir o caminho
do bem, Ele apenas o mostra! O Ser humano goza de um dom que nem os anjos tem:
O LIVRE ARBITRIO. O ser humano tem a livre escolha de seguir pelo caminho estreito e
difícil que conduz a salvação e a felicidade ou o largo e cheio de facilidades
que leva a perdição e a dor”
Profundamente triste e com lagrimas que caiam copiosamente
encharcando lhe a camisa, olhou para o Ser e notou que também lágrimas
começaram a escorrer pelo rosto
iluminado do Divino Amigo .Não houve palavras, somente sentimentos. Houve uma
explosão de emoções retidas nas entranhas da alma de José durante séculos.
Jogou-se nos braços do amigo e chorou compulsivamente aquele choro “ vindo do
fundo da Alma”.
Depois, sentiu como que seu ser se fragmentasse em milhões de partículas e se fundisse com o tudo. Era uma sensação centenas de vezes mais prazerosas das que ele já teve na sua existência corpórea . Ele que já tinha experimentado algumas drogas e tido centenas de orgasmos no corpo físico , a sensação de nenhuma delas igualava a maravilhosa sensação que experimentava no momento. Era algo indescritível na linguagem humana. Estava experimentando um ORGASMO PSÍQUICO, ou Orgasmo da Alma, o prazer inefável da sua mente pensamentos e dos seus sentimentos emoções !.
Depois o Ser lhe dize : “ Notastes que ate agora tens escrito tua historia com a tinta preta
da ignorância “ ao mesmo tempo que lhe oferecia uma caneta com tinta dourada
concluindo, “agora depende de ti começar a escrever com as letras de ouro da
Sabedoria ” . José pegou o valioso presente, agradeceu com um forte e fraterno
abraço, e após um tempo,seu espírito desdobrado voltou
para o seu corpo físico.
As sete em ponto de uma bela manhã de Natal foi acordado com um perfume agradável lhe invadindo as narinas. Abriu os olhos e viu o sorriso desdentado do velho Noelio que o observava com um ar de alegria enquanto fazia círculos concêntricos com uma vareta de incenso ao redor da sua cabeça. O velho , só pelo olhar de José sabia que ele tinha se libertado dos fardos que carregava ao longo dos anos. Pode perceber nos olhos do novo amigo, que a Luz da Verdade tinha entrado na sua alma e dissipado as trevas do sofrimento e ignorância às quais se achava acorrentado durante anos. .E CONHECERES A VERDADE E A VERDADE VOS LIBERTARÁ! Disse-lhe sorrindo.
Finalmente o Amor do Cristo, tinha nascido na dura manjedoura do seu coração petrificado.
José retribui o sorriso dele com outro cheio de imensa
alegria e paz , inspirou profundamente e depois expirou lentamente fechando os olhos, deixando estampado no seu rosto uma imensa calma que lhe invadia a
Alma. Partiu para outra dimensão da vida. Levava com ele a caneta que ganhara
do SER para começar a escrever- agora
com letras douradas- as novas linhas da sua historia da sua vida futura!